COVID-19 é uma sigla em inglês que significa “Doença causada pelo Coronavirus” (COrona VIrus Disease). SARS-CoV-2 também é uma sigla em inglês para nome do vírus (Severe Acute Respiratory Syndrome CoronaVirus 2). O SARS-CoV-2 é uma variação do Coronavirus, que por sua magnitude, reduz a eficácia da reposta do sistema imune a ele. Na prática, é como se fosse um vírus novo, para o qual nosso sistema imune está pouco adaptado.

A COVID deve ser interpretada como uma pneumonia viral e não apenas como um resfriado ou uma gripe. Pode-se dividir a doença em duas fases sequenciais: a viral e a inflamatória. Na primeira fase, os sintomas são decorrentes do próprio vírus e na segunda, do sistema imunológico combatendo a infecção.

A transmissão é, fundamentalmente, por gotículas de saliva ou secreção. Essas partículas são relativamente grandes e pesadas, como consequência elas podem-se projetar a uma distância de 1-2 metros, caindo ao solo após isso. Outras formas de transmissão são muito raras e em, alguns casos, sem confirmação de ocorram.

Evolução da doença

  • Período de incubação: 2 a 14 dias, mas a mediana é de 4 dias (2 a 7 dias).
  • Período de transmissão: 14 dias (conforme definição do Ministério da Saúde). A taxa de transmissão após o 10º dia, para casos leves, reduz drasticamente.
  • Duração do quadro: 14 dias (conforme definição do Ministério da Saúde)
    • Pode haver uma intensificação do quadro entre o 5º e 13º dias, que ocorre com mais frequência entre o 7º e 10º dias.

Para algumas pessoas a resposta do sistema imune pode ser excessiva, gerando lesão adicional do pulmão levando a falta de ar (dispnéia) e até a insuficiência respiratória. Essa inflamação excessiva pode-se manifestar também em outros órgãos, com lesão renal, hepática, hematológica, vascular, neurológica e muscular. Pode ocorrer também na 2ª fase doença complicações bacterianas, como a pneumonia. É importante reconhecer precocemente os sinais de piora e avaliar as intervenções apropriadas.

Fatores de risco para quadros graves de COVID:

  • Risco crescente com a idade à partir de 45 anos, destaque >60 e >80 anos.
  • Obesidade/ sobrepeso.
  • Diabetes mellitus.
  • Doenças respiratórias: DPOC (enfisema e bronquite do tabagista), doenças pulmonares intersticiais com fibrose, tabagismo.
  • Outras comorbidades: neoplasias (especialmente hematológicas e em tratamento ativo), hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, insuficiência hepática, doença neurológica (AVC, demência), portadores de HIV, imunossupressão.
  • Há um discreto aumento de risco para complicações bacterianas (pneumonia) e de evolução para formas mais graves, mas sem sinais de aumento de mortalidade.

Tratamento

Há diversos medicamentos em estudo, mas por hora não há nenhum antiviral específico. Há alguns testes em andamento, que avaliam o reaproveitamento antivirais já existentes utilizados em outras doenças. Os tratamentos visam reduzir os sintomas ou as consequências da doença, sendo que pouquíssimos medicamentos conseguiram mostrar redução na mortalidade em estudos científicos de qualidade.

Em contrapartida, há diversos medicamentos sem eficácia comprovada e que além de não ajudarem no tratamento da doença podem atrapalhar, aumentando o risco de efeitos colaterais como:

  • Arritmias potencialmente graves e fatais.
  • Hepatites, inclusive na forma fulminante, isto é, com necessidade de transplante hepático.
  • Insuficiência renal.
  • Indução de resistência bacteriana.

É importante procurar atendimento médico para avaliação do quadro clínico, monitoramento da evolução e resolução de eventuais dúvidas. Os casos leves podem ser manejados em casa, mas até 15% dos casos no Brasil são moderados e graves e precisam de internação.

Prevenção

No combate à COVID a prevenção é fundamental. Alguns destaques:

  • Uso de máscaras. Em momentos de contato com pessoas que não residam no mesmo domicílio é recomendável o uso de máscaras, devendo-se trocá-las periodicamente.
  • Higiene das mãos. Deve-se manter as mãos limpas com água e sabão ou álcool gel. Os principais momentos para higienização das mãos são:
    • Antes de comer.
    • Antes de mexer no rosto (olhos, nariz e boca).
    • Ao retornar para casa após período fora.
    • Sempre que houver sujeira visível (nesse caso água e sabão é preferível em relação ao álcool gel).
    • Se tiver contato com pessoas ou superfícies potencialmente contaminadas.
  • Distanciamento social. Evitar aglomerações, contato próximo e sem proteção com pessoas que não residam no mesmo domicílio.
  • Atualmente temos no Brasil algumas vacinas disponíveis:
    • Coronavac. Tecnologia: vírus inativado. Número de doses do esquema básico: 2. Tempo entre doses de 21 a 30 dias.
    • AstraZeneca. Tecnologia: DNA com vetor viral. Número de doses do esquema básico: 2. Tempo entre doses 3 semanas a 3 meses.
    • Pfizer-BionTech. Tecnologia: RNA em partícula lipídica. Número de doses do esquema básico: 2. Tempo entre doses 3 semanas a 3 meses.
    • Jansen. Tecnologia: DNA com vetor viral. Número de doses do esquema básico: 1.

O esquema básico de vacinação no Brasil e no mundo inclui 2 doses das vacinas (exceto Jansen, que é dose única). Foi iniciado recentemente no Brasil a aplicação de dose de reforço (3ª dose) para pacientes idosos. Essa dose de reforço poderá ser estendida aos demais grupos da população, conforme novos dados científicos forem surgindo.

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